Documentos da Igreja sobre a Catequese
Desde os primórdios, a Igreja sempre se preocupou com a difusão da mensagem de Jesus Cristo, tendo o cuidado de preservar sua verdade e de orientar os discípulos para que pudessem exercer seu ministério seguindo os passos do Mestre.
Assim, começando pelos Pais da Igreja, nos primeiros séculos, a comunidade cristã produziu documentos e catecismos para a evangelização.
O primeiro documento de que se tem notícia foi a DIDAQUÊ, o catecismo dos primeiros cristãos, escrito no século I da nossa era. Esse documento continha a doutrina que orientava os passos das primeiras comunidades.
Muitos outros catecismos e orientações pastorais foram dando impulso à missão catequizadora da Igreja, especialmente nos últimos séculos, e de forma mais intensiva após o Concílio Vaticano II.
Quem se dedica ao Ministério da Catequese, deve conhecer e estudar os principais Documentos da Igreja destinados à praxe catequética, indispensáveis para a fidelidade à mensagem de Cristo e à doutrina da Igreja.
Dessa forma, para auxiliar catequistas, apresentamos a seguir uma lista com os principais Documentos publicados a partir do Concílio Vaticano II.
CONCILIO VATICANO II (1962-1965)
O concílio foi convocado e aberto pelo Papa João XXIII e concluído pelo Papa Paulo VI. Os documentos do Concílio estão na base de toda a renovação da catequese. Neles, a Igreja aborda a catequese como missão primordial, tendo por base o espírito de Cristo e do Evangelho. A catequese é declarada pelo Concílio como o primeiro entre os meios pedagógicos da Igreja; e deve ser uma catequese bíblica, litúrgica e ecumênica, aberta aos problemas missionários. O Concílio propôs também a criação de centros catequéticos e a elaboração de um diretório catequético.
DIRETÓRIO CATEQUÉTICO GERAL - Congregação para o clero - 1971
Em obediência ao mandato conciliar que prescreveu a redação de um "Diretório para a instrução catequética do povo", no dia 11 de abril de 1971, o Papa Paulo VI aprova e promulga o "Diretório Catequético geral". Este diretório ajudou muito a Igreja no caminho de renovação da catequese, quanto aos conteúdos, à pedagogia e aos métodos empregados.
RICA - Ritual para a Iniciação Cristã de Adultos - 1972
Um dos primeiros frutos do Concílio foi o RICA, "Ritual para a Iniciação Cristã de Adulto", promulgado no dia 6 de janeiro de 1972, pela Congregação para o Culto Divino. Esse documento trouxe uma grande contribuição para a renovação catequética, atendendo ao decreto do Concílio que determinava a restauração do período de catecumenato para os adultos, como forma de resgatar uma formação cristã mais consciente e comprometida, celebrada a cada etapa pelos ritos sagrados, até chegar ao Batismo.
EVANGELII NUNTIANDI - A evangelização no mundo de hoje - 1975
Fruto das proposições da Assembléia Geral do Sínodo dos Bispos, celebrado em outubro de 1974, a exortação apostólica promulgada pelo Papa Paulo VI, "Evangelii Nuntiani", traz um importante princípio: "a catequese como ação evangelizadora no âmbito da grande missão da Igreja. A atividade catequética deverá ser considerada permanentemente participe das urgências e das ânsias próprias do mandato missionário para o nosso tempo" (Diretório Geral para a Catequese - 4).
SÍNODO DOS BISPOS - 1977
Com o tema "A catequese no nosso tempo,especialmente para as crianças e os jovens", o Sínodo convocado pelo Papa Paulo VI em 1977, vai refletir sobre a renovação da catequese para as crianças e jovens. O Sínodo afirma que o núcleo central de toda a catequese é o mistério de Cristo, fundamento da nossa fé e fonte da nossa vida. A catequese é proposta como "Palavra", "Memória" e "Testemunho". E deve ser obra corresponsável de toda a comunidade cristã.
CATECHESI TRADENDAE - A catequese hoje - exortação apostólica do Papa João Paulo II - 1979
João Paulo II retoma o tema "Catequese" do Sínodo de 1977 na exortação apostólica "Catechesi Tradendae". Ele diz: "Desejo que esta exortação apostólica corrobore a solidez da fé e da vida cristã, dê novo vigor às iniciativas que estão sendo postas em prática, estimule a criatividade e contribua para difundir nas comunidades a alegria de levar ao mundo o mistério de Cristo" (CT 4).
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA - 1992
Em 1992, o Papa João Paulo II promulga o novo Catecismo da Igreja. No prólogo do Catecismo se diz: "O presente catecismo tem por objetivo apresentar uma exposição orgânica e sintética dos conteúdos essenciais da doutrina católica tanto sobre a fé como sobre a moral à luz do Concílio Vaticano II e do conjunto da Tradição da Igreja. Suas fontes principais são a Sagrada Escritura, os Santos Padres, a Liturgia e o magistério da Igreja. O presente catecismo é destinado principalmente aos responsáveis pela catequese..." (CIC 11-12)
DIRETÓRIO GERAL PARA A CATEQUESE - Congregação para o clero - 1997
Este novo diretório acolheu as indicações propostas pela "Evangelii Nuntiandi" e a "Catechesi Tradendae" e também pelo Catecismo da Igreja Católica. Ele se divide em uma exposição introdutória que fala sobre o anúncio do Evangelho no mundo contemporâneo, outras 5 partes centrais, e a conclusão.
A parte central se divide da seguinte forma:
1. A catequese na missão evangelizadora da Igreja;
2. A mensagem evangélica;
3. A pedagogia da fé;
4. Os destinatários da catequese;
5. A catequese na Igreja particular.
Este novo diretório oferece reflexões e princípios teológico-pastorais fundamentais, inspirados no Concílio Vaticano II e no Magistério da Igreja, para levar à correta compreensão da natureza e dos fins da catequese, bem como das verdades e dos valores que devem ser transmitidos. (cf. DGC - 9)
A catequese no Documento de Aparecida
A Catequese é ministério da nossa Igreja, e como tal deve seguir as orientações e normas que a Igreja propõe. Assim sendo, os catequistas que se colocam a serviço desse ministério devem conhecer bem qual o caminho que a Igreja traça para a caminhada da Catequese e aplicar-se com dedicação para trilhar esse caminho.
A melhor forma de conhecer o que a Igreja propõe é através dos Documentos que ela publica, destinados a traçar as diretrizes da ação catequética.
Por esse motivo, apresento a vocês uma síntese dos textos do Documento de Aparecida, com as conclusões da V Conferência do Episcopado Latino Americano e do Caribe, que fazem referência à Catequese. Esses textos são importantes e devem ser conhecidos e refletidos, buscando-se a melhor forma de aplicar as recomendações do V CELAM na Catequese paroquial.
(Os números citados no final dos parágrafos se referem ao número do parágrafo do Documento)
O Documento de Aparecida fala dos resultados fecundos que a renovação da catequese produziu não apenas na América Latina, mas que ressoou na América do Norte, Europa e Ásia graças aos missionários latino-americanos e caribenhos (DA99a)
No entanto, também fala de aspectos que devem ser cuidados, como é o caso das "linguagens pouco significativas" para a cultura atual e especialmente para os jovens, que dificulta a transmissão da fé e faz com que a Igreja tenha uma presença incipiente principalmente no meio universitário e na mídia(DA100d).
Entre outras coisas, Aparecida fala da necessidade de estudo do Diretório Ecumênico e das suas indicações em relação à catequese (DA 231).
Outra questão importante é a do discipulado, que exige o aprofundamento da fé em Jesus, apontando a catequese permanente, juntamente com a vida sacramental, como meio de fundamental importância no fortalecimento da conversão e no incentivo à perseverança da vida cristã (278c).
A catequese permanente deve ser a responsável pela definição da identidade cristã forte e inabalável que dê aos católicos a consciência de sua missão no mundo (286).
Mas essa catequese deve ter o caráter de experiência que leve ao " encontro com Cristo e à feliz celebração dos sacramentos capacitando o cristão para transformar o mundo". Essa catequese é chamada de "mistagógica" (290).
Tendo em vista a necessidade de assumir o anúncio do Evangelho para aqueles que desejam tornar-se membros da Igreja, a Catequese não deve apenas renovar-se no modo de ser, mas deve tornar-se o processo de formação adotado em todo o continente como catequese básica e fundamental para a iniciação cristã. Essa formação inicial terá continuidade, depois, na catequese permanente, no processo de amadurecimento da fé que é imprescindível (294-295).
A catequese é a responsável pelo fortalecimento da identidade católica pessoal e fundamentada que promove a adesão a Cristo. E essa tarefa é de todos os cristãos católicos (297)
Assim, a catequese não deve se restringir à preparação dos sacramentos, mas deve ser um processo permanente, orgânico e progressivo que se estenda por toda a vida. E nesse processo permanente a catequese com adultos é fundamental (298).
Nesse contexto, a catequese também não pode ser apenas doutrinal, mas deve educar a pessoa por inteiro, cultivando o relacionamento com Jesus na oração, na celebração litúrgica, na vivência comunitária e no serviço aos irmãos (299).
A Catequese deve ser missionária, indo até as famílias e aproveitando pedagogicamente a religiosidade popular, em especial a religiosidade mariana, como ponto de partida para o processo de iniciação cristã. Dessa forma, se pode apresentar o conteúdo da fé ao mesmo tempo em que se conduz à oração familiar e à leitura orante da Palavra e conseqüentemente ao desenvolvimento das virtudes evangélicas (300).
O Documento de Aparecida ressalta a importância da catequese familiar, como proveitosa e eficiente na formação conjunta de pais e filhos, propiciando para que todos se tornem testemunhas de fé na comunidade (303).
As reflexões de Aparecida apontam ainda que a Catequese deva perpassar o caminho de formação em outras instâncias: nas escolas católicas (338), na sociedade (385), na pastoral da juventude (446), na pastoral familiar e nos movimentos a ela ligados (463ª) e nos meios de comunicação social (485).
A Catequese deve expressar-se por muitos meios, inclusive através da arte (499). E não pode prescindir de seu papel de formação social, pois " a vida cristã não se expressa somente nas virtudes pessoais, mas também nas virtudes sociais e políticas" (505).
sábado, 2 de abril de 2011
A VOCAÇÃO DO CATEQUISTA
Encontro de Catequese
Tema: Vocação
Esse encontro pode ser feito com um grupo de crianças, adolescentes, jovens ou adultos. Poderá ser aplicado como encontro catequético ou mesmo como encontro de grupos de reflexão bíblica.
Evangelho do Encontro: Mc 8, 34-38
Preparação:
Levar para o lugar do encontro uma churrasqueira portátil, ou uma vasilha de metal grande, onde possa preparar uma pequena fogueira. Levar também alguns pedaços de madeira, gravetos e pequenos troncos, para fazer a fogueira.
No dia do encontro, escolher um lugar com boa ventilação, onde a fumaça possa sair, para não deixar o ambiente sufocante. Se for possível, o ideal seria fazer o encontro ao ar livre.
Antes do encontro, acenda a pequena fogueira no centro do recipiente, deixando espaço livre à sua volta, coloque ali todos os pedaços de madeira e deixe que queimem.
Colocar as cadeiras em círculo em torno da fogueira.
Acolhida:
Quando chegarem, acolher com um abraço caloroso, dando-lhes as boas vindas. Fazer uma oração inicial que fale do fogo abrasador do amor de Deus (há uma sugestão em "Orações" no Blog da Catequese). Pode-se terminar o momento de oração com um cântico que fale de fogo que transforma, que aquece os corações.
Dinâmica - Ver:
Pedir a todos que observem a fogueira, se aproximem e sintam o calor que vem dela (com crianças ter o cuidado de não deixar se aproximarem demais, indo um a um, para que não se queimem).
Depois perguntar o que perceberam, o que sentiram.
Em seguida, afastar uma brasa do fogo, deixando-a de lado. Então, pedir a eles que também se afastem da fogueira, e perguntar se ainda sentem o calor. Enquanto falam, a brasa retirada do fogo vai se apagando, até se tornar apenas um carvão apagado. Apontar o pedaço da madeira que se apagou e perguntar-lhes o que aconteceu com ela. Questionar sobre o fato de ter se apagado.
Reflexão - Julgar:
A partir da experiência de estar próximo ao fogo, mergulhado nele como a brasa, ou estar longe, os catequizandos(as) vão perceber o sentido de permanecer junto a Jesus, e o sentido de atender ao seu chamado. Quando nos unimos em torno de Jesus, nos deixamos aquecer e inflamar pelo fogo do seu amor e nos tornamos brasa viva a aquecer os demais na vivência do evangelho.
Mas quando nos afastamos dele, nos tornamos frios, como um carvão apagado, que de nada serve a não ser sujar os que se aproximam de forma incauta.
E isso pode acontecer mesmo com aqueles que estão dentro de uma Igreja, participando de um grupo religioso ou de um movimento. A brasa se apaga mesmo estando próxima do fogo, basta que se distancie das outras, que são lambidas pelo fogo ardente, basta que não esteja ao alcance do fogo.
Estar perto de Jesus é deixar-se guiar por Ele, é entregar-se totalmente em suas mãos, deixando que seu amor nos envolva como o fogo e nos torne chamas vivas, capazes de aquecer outros corações. Esse é o significado da renúncia que devemos fazer para atender ao chamado que Jesus nos faz.
[Ler o Evangelho de Mc 8, 34-38]
Compromisso - Agir:
Questionar sobre o que cada um pode fazer para se manter próximo de Jesus, e o que todo o grupo pode fazer. Os compromissos devem ser anotados no diário e vividos durante todo o processo catequético (O/A catequista deve zelar para que sempre se lembrem e vivam os compromissos assumidos).
Oração - Celebrar:
Cada um deverá escrever os compromissos pessoais e também os do grupo em um pequeno papel, em forma de oração. Depois cada um lê sua oração e a coloca no fogo para queimar. Concluir com um cântico.
Sugestão de cântico:
"Mãos abertas" - do Pe. Irala - CD Agnus Dei 85/86/87
Nesta prece, Senhor, venho te oferecer o crepitar da chama, a certeza de dar.
1. Eu te ofereço o sol que brilha forte, te ofereço a dor do meu irmão! A Fé, na Esperança e o meu Amor!
2. Eu te ofereço as mãos que estão abertas, o cansaço do passo mantido. Meu grito mais forte de louvor!
3. Eu te ofereço o que vi de belo no interior dos corações, a coragem de me transformar!
Tema: Vocação
Esse encontro pode ser feito com um grupo de crianças, adolescentes, jovens ou adultos. Poderá ser aplicado como encontro catequético ou mesmo como encontro de grupos de reflexão bíblica.
Evangelho do Encontro: Mc 8, 34-38
Preparação:
Levar para o lugar do encontro uma churrasqueira portátil, ou uma vasilha de metal grande, onde possa preparar uma pequena fogueira. Levar também alguns pedaços de madeira, gravetos e pequenos troncos, para fazer a fogueira.
No dia do encontro, escolher um lugar com boa ventilação, onde a fumaça possa sair, para não deixar o ambiente sufocante. Se for possível, o ideal seria fazer o encontro ao ar livre.
Antes do encontro, acenda a pequena fogueira no centro do recipiente, deixando espaço livre à sua volta, coloque ali todos os pedaços de madeira e deixe que queimem.
Colocar as cadeiras em círculo em torno da fogueira.
Acolhida:
Quando chegarem, acolher com um abraço caloroso, dando-lhes as boas vindas. Fazer uma oração inicial que fale do fogo abrasador do amor de Deus (há uma sugestão em "Orações" no Blog da Catequese). Pode-se terminar o momento de oração com um cântico que fale de fogo que transforma, que aquece os corações.
Dinâmica - Ver:
Pedir a todos que observem a fogueira, se aproximem e sintam o calor que vem dela (com crianças ter o cuidado de não deixar se aproximarem demais, indo um a um, para que não se queimem).
Depois perguntar o que perceberam, o que sentiram.
Em seguida, afastar uma brasa do fogo, deixando-a de lado. Então, pedir a eles que também se afastem da fogueira, e perguntar se ainda sentem o calor. Enquanto falam, a brasa retirada do fogo vai se apagando, até se tornar apenas um carvão apagado. Apontar o pedaço da madeira que se apagou e perguntar-lhes o que aconteceu com ela. Questionar sobre o fato de ter se apagado.
Reflexão - Julgar:
A partir da experiência de estar próximo ao fogo, mergulhado nele como a brasa, ou estar longe, os catequizandos(as) vão perceber o sentido de permanecer junto a Jesus, e o sentido de atender ao seu chamado. Quando nos unimos em torno de Jesus, nos deixamos aquecer e inflamar pelo fogo do seu amor e nos tornamos brasa viva a aquecer os demais na vivência do evangelho.
Mas quando nos afastamos dele, nos tornamos frios, como um carvão apagado, que de nada serve a não ser sujar os que se aproximam de forma incauta.
E isso pode acontecer mesmo com aqueles que estão dentro de uma Igreja, participando de um grupo religioso ou de um movimento. A brasa se apaga mesmo estando próxima do fogo, basta que se distancie das outras, que são lambidas pelo fogo ardente, basta que não esteja ao alcance do fogo.
Estar perto de Jesus é deixar-se guiar por Ele, é entregar-se totalmente em suas mãos, deixando que seu amor nos envolva como o fogo e nos torne chamas vivas, capazes de aquecer outros corações. Esse é o significado da renúncia que devemos fazer para atender ao chamado que Jesus nos faz.
[Ler o Evangelho de Mc 8, 34-38]
Compromisso - Agir:
Questionar sobre o que cada um pode fazer para se manter próximo de Jesus, e o que todo o grupo pode fazer. Os compromissos devem ser anotados no diário e vividos durante todo o processo catequético (O/A catequista deve zelar para que sempre se lembrem e vivam os compromissos assumidos).
Oração - Celebrar:
Cada um deverá escrever os compromissos pessoais e também os do grupo em um pequeno papel, em forma de oração. Depois cada um lê sua oração e a coloca no fogo para queimar. Concluir com um cântico.
Sugestão de cântico:
"Mãos abertas" - do Pe. Irala - CD Agnus Dei 85/86/87
Nesta prece, Senhor, venho te oferecer o crepitar da chama, a certeza de dar.
1. Eu te ofereço o sol que brilha forte, te ofereço a dor do meu irmão! A Fé, na Esperança e o meu Amor!
2. Eu te ofereço as mãos que estão abertas, o cansaço do passo mantido. Meu grito mais forte de louvor!
3. Eu te ofereço o que vi de belo no interior dos corações, a coragem de me transformar!
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